Uma flor de pureza
De Alvura
Que se transforma em beleza
Em chama pura
Vermelha como inquietante
Apenas só
Entre a água da vida errante
Com seus espinhos
Como ninhos
Dos pássaros antigos
Agora vazios
Esta flor
De semente original
Com sua cor de origem
Pintada em forma e vertigem
Mascara de todos nós
Procura uma voz que abrigue
Uma voz que a abrigue
Ao caminhar
Sair do lugar solitário
Onde se revia nesses espelho
De águas
Vivas – dia a dia repetidas
E essas mesmas vidas
Sua vida em papel cenário
Como se de teatro fixo
Vivido em pleno, a diário…
Como sua solidão entre tanta natureza
Entre outras solidões, tantos corações:
Que apela à nossa essência em pureza
E mudam-se as cores
Como se ambas flores
Fossem um só canto
Uma é em si a rosa
como de seu nome
Outra cadência
preciosa
Que a colhe e conforte
E entre a flor de amar
flor de amor a se
transformar
Uma assim preciosa
Outra forma de amor
Vão falando
Dialogando
Poesias
de suas vidas
entrelaçando
Essas que trazem desde
sempre
E assim se reflectem, sem
notar
E pequenos momentos,
gestos;
Quentes e Suaves
por assim se partilhar…
Caminhando, neste vale
passando
Para esse estranho mundo
melhor
Esse sonho guardado
por dentro encerrado
Por vezes permanecendo
Toda uma vida enterrado
Esperando esse germinar
Flores geradas no
vento
No sol
Na água
No alimento
Que a terra inteira
tem para nos dar
Entre os ecos dos
montes silentes
E as sombras dos
arbustos ausentes
Flores de Vidas, para as
outras vidas
em Vida assim também
transformar
Esses Seres vivos
Essa Vida em nós
Sendo elas verdadeira
Vida
Assim sendo, são como
nós…
Nesses lugares
consagrados
Entre essa tal
“floresta,
De “tempos passados”
Entre os arbustos guardados
Nesse lugar… tão
antigo e nosso
Que o sentimos, e o
vivemos
E o sabemos, logo, logo ao lado;
Além das paredes de ecos
finos
Aparentes como
sinais divinos:
Que nos separam, sendo
assim “nós” definidos
Como máscaras
usadas, como faces… caras….
que não dizem nada,
do que em nós vela por dentro
usadas por crianças festejadas entre o firmamento
Desses nossos
verdadeiros amigos
Que permanecem nos
esperando
Como se fossem muros
de verdadeiro vertedor
Entre paredes, e
ecos de vida em resplendor;
Enquanto se levanta
o Dia dessa nova Aurora
Na que a voz triste, a que em saudade chora...
Se invista, assim Vista
Humilde
O que estava além do
espelho
Passe a ser
por
dentro
esse "algo"
leve e eleve,
mais...além;
de triste conselho
dado a ninguém...
se se diz de nós sermos o pó,
nós a Vida e a Luz que reluz
quando o Ser Humano se
sabe mais uma vez
a nú, além dos mil e um conceitos e preceitos
reencontrando "algo" verdadeiro, primeiro...
Algo plantado desde antes dos tempos selado
Esse algo nos é dado - por Ser Simplesmente...
é em si a vida "sapiente",
que se reflecte de forma original
num silencio eloquente, em pleno ambiente
desde o ventre ao abraço maternal..
algo que em si já traduz tanto de Luz
do Ser e da essência a se reconhecer
que quase por si em verdade conduz
desde o primeiro momento no que abraço
em peito, entre silentes olhares se traduz
não mais um Ser
Humano estando assim... em si: só…
Eis o ser Humano Adulto,
mais sua criança e ser velho
Vida assim feita em forma, se olhando no vivo espelho
O Ser Humano Maior:
procurando sentido
entre os caminhos
de volta ao ninho
que nunca deixou
Um contempla de
forma coerente,
outro sonha além do "Presente"…
outro conservando imagem
latente:
De onde chegar – por
ter de partir
e ir… de novo a esse lugar voltar...
a esse tal, nosso lugar... de onde,
como as ondas da própria Vida,
como essas gotas feitas de novo,
lágrimas pristinas entre o povo;
derramadas pela Própria Vida;
voltando em suas novas formas,
cadentes como estrelas caídas
como gotas entre o ar sustidas
assim em risos e vidas transformadas,
entre estas cores garridas disfarçadas,
essas as nossas pétalas de luz
transparentes e consagradas;
Como asas vivas nos sustendo
amparando o frio firmamento
suavemente, suave alento
segredando ao ser atento
desperto e aberto
por dentro liberto
ditos seres angelicais
que são nossos iguais
transformados, assim sendo refinados
passando além desses medos e cabos
de tormentas ainda por se atravessar
lugares, tempo em amor a se velejar;
com o leme sempre marcando
essa rota invisível a se trilhar
com a vela cheia desse tal amar original
se transformando em apelo ao ancestral
no apelo ao original, além princípio ou final
no apelo estando mais além do bem e do mal
que mente alguma, assim possa
conceber, o conter ou imaginar
esse o sonho concebido, desde o momento mais íntimo mais além sentido
entre tanto e tanto brio do que é o jardim,o chegar, origem a se mostrar;
que é desse tempo, além vertigem, além tempo definido, fonte de original:
Uma água viva a nós trazida por quem lá vai e de novo consegue "cá" voltar
Princípio tão óbvio como a água em seu ciclo entre nós de novo a nos tocar
por dentro, por fora ali onde se puder olhar
ou o sopro da própria Vida a nos trespassar
por dentro, por fora, na palavra que se ignora até se abrir ao Ser se assim falar:
misteriosa flor de luz
além do tempo
e do frio ouro que reluz
essa luz...
de vida
em nós contida
assim se traduz...
Eis "suspiro amigo", em vertigem ao se elevar, como entre esse estranho rodopio:
além do que é escrito, descrito ou do que digo... mesmo assim, assim a se mostrar
reflectido, lembrado - o que permanecia esquecido - mais além nos possa elevar
esse tal espírito tão "amigo",que nem se pode sequer esquecer, conceber, esmorecer
sopro da vida, em nós contida,transformada, expandida, feita estrada de vida entre vidas a se tocar
que nos anima, nos diz a rima e depois se retira e de novo - aparente como uma melodia silente, como uma brisa eloquente... assim tão subtil, tão presente... assim tão grácil e latente... assim nos permeia, nos ilumina preenchendo nossa vida meio cheia... e depois aparente para a mente
- quando a mente a procura controlar... gentil... suavemente, deixa a mente e voando... de novo se esvai... não se sabe onde mora, não se sabe por onde foi, para onde vai parar, sabemos que volta ave de instrução, senhora... dos nossos passos ao avançar... em cada viragem, em cada momento de fria voragem - sendo de novo Aurora, de novo dealbar, sendo de novo Esperança do Dia, da Luz e da Harmonia em nós as e integrar... suavemente, sem se impor.. sem se fazer notar... para o coração que por amor ...lhe tenha aberto o portal de par em par...
e chegando,
caminhando
uma e outra se transformando
flor de vida e de amor
são cores de cor pristina
cores de vida e de louvor
são uma e a mesma cor
sem se impor
sem se forçar
pelo facto simples de caminhar
e a vida
e em tempo
a tempo assim o celebrar
de novo entradas
e entrelaçadas
nesse jardim de origem/ final
nesse circulo que se preenche
quando se deixe
de temer ou duvidar
até lá caminhamos...
caminharemos sem cessar
procuramos
"algo" que foge sempre
ao inteligente e desperto olhar
até que encontramos
quando não esperávamos achar
esse relance
esse outro algo que lance
de novo a Luz
em seu devido lugar...
que se liguem as flores e as florestas virgens;
nesse novo canto, de novo ecoando sem igual
E indo mais além Se
precate
E ainda aquém, se
ilumine:
E sendo a mensagem assim
sublime
Seja
E caminhando entre
as gentes esteja
Fina flor da Vida
Flor de luz assim
prometida
Se transformando e
assim nos relembrando
Evocando, despertando
outras tantas vidas
Sementes pristinas
prestes a despertar
Sementes dessas
tantas vidas;
Ainda esperando se
manifestar
Começamos
com tantas palavras nos entrelaçamos´
nos procuramos
palavras que dia a dia lançamos
em busca
de "algo"
esse "algo"
sondando
..."algo"....
que amamos
tanto... tanto
flores de luz ao Luar
de arbustos despidas
despidas suas próprias
roupagens devidas
assim transparentes
assim luzidias
vistas como filigranas pristinas
...aparentes...
como estrelas frias
como sementes
de flores cristalinas
elevam seu canto silente
elevando sua melodia eloquente
assim dançam
e se entrelaçam
entre dias e noites
...avançam...
cantares antigos
entre os silêncios
dos lugares amigos
assim se abraçam
os novos destinos escondidos
os antigos caminhos festivos
assim encontram novos corações
seres de opções como as dos "antigos"
opções, de si mesmos, despidos
para receber luz de louvor
assim depois revividos
entre esses espinhos
de dias assim prometidos
e nas noites
de suaves cadencias
de novo
em essência
recuperadas
nas suas pétalas
suaves
feriadas saradas
voltamos ao circulo
de noites de fadas
e somos
como seres alados
e seremos além dos grilhões dos escravos
seremos alvos
seremos altos
seremos entre sombras
sem maior sobressalto
seremos Vida e Luz
que se traduz
em reflexos
silentes
dessas noites Presentes
de encantos mil candentes
seremos o reencontro
dos vivos corações a tremeluzir
e nossos olhares de novo
essa tal Vida nova a traduzir
reflexos de vida
em espelhos de vidas
assim entrelaçadas
dançadas
celebradas
de inocência, em pureza trespassadas
pelo arco de luz da Lua entrançadas
qual suaves filigranas
assim de novo suspiradas
como segredos contados em lareiras dessas noites esquecidas
tão cheias
dos dias das memória antigas apagadas
de como se dança em sintonia
além do que é a chama escura e fria
e se alcança a chama da vida
que luzidia
nos ampara e nos guia
de novo à harmonia
de ser como um Ser
sendo tantas as melodias
numa só sintonia nova assim ouvida
sendo como luzes que se alumiam
e de novo recordam e recriam
a Luz de Nova Esp´rança
essa
desde sempre prometida
essa desde sempre
em nós sustida
essa desde sempre
guardada e assumida
essa que hoje se sente
como Luz de Vida
(...)
...continua...
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