As duas imagens do espelho…
Um coração iluminado
um coração assim aberto
a algo que é considerado
"sagrado"
Uma imagem flutuava, vida afora … sem ser sequer ser imagem
de nada…
Assim como se uma imaginação proferida… como se fosse sonho
de Vida,
Assim era esta imagem, latente incipiente e perdida, ainda
quase presente
Não transformada, não tendo sido tocada, harmonia devida,
assim ausente
assim ia de vida em vida, despida… esperando chegar à casa
que recebesse
Aquilo que a imaginação tece, cheia de louvor e devoção, por
dentro lacrada…
Esperando a Primavera, céu redentor, chamando amor à vida em
si confinada
Um certo dia… com plenos raios de Sol de frente,
Encontrando nesse olhar a Luz de seu próprio dia,
Nesta era renascida, eis de novo uma Rosa semente Viva
Assim sustida, mantida entre céus de dias, noites perenes
Noites Frias, eram assim até ser a estrela cadente despida
Essa em ti e em mim contida
Esperando… o recordar…
ser Rosa de Vida…
a despertar…
Despertando com a sua versão Humana…
Assim investida, assim se mostrando,
De novo em vida entre os nossos dias…
Assim entre nós de novo caminhando…
Vestida além tempo indo de encontro ao seu e nosso
fundamento
De cores alegres e garridas, mal vista ou despercebida
Quando não é em cor, é como eco de amor ela vestida
estrelas iluminadas
desde dentro
assim lembradas
lentamente por fora vistas
como sementes de vida
germinadas
Sentido profundo, oriundo da própria essência a esquecida:
Ao se ser, ao lembrar e se saber assim Humano Ser e Vida;
Em rosto e passo profano, caminhando
sem ser notada ou sentida entre nós...
andando
sem ser notada ou sentida entre nós...
andando
redobrar esperanças
dar as mãos
fazer de nós seres melhores
seres "irmãos"
Nos doando… tanto.. tanto…
Assim... quando é ela vista…
Através desse tal puro olhar de quem assim Ama…
Rosa de amor que incendia essa viva livre Chama
Olhar de poeta, de quem essa sua Vida proclama
Olhar de quem assim esperava, cria, perseverava
Rosa da vida, assim renascida desde o profundo do tempo
trazida
Horizonte de Aurora Viva, de novo temperada, de novo
lembrada:
Como Rosa de Alvor, assim Fulgor Maior,
Chamarada interior:
liberta e anunciada;
Viva, assim tal como há vida em ti e em mim
E assim – entre nós – em silêncio partilhada
multiplicar os dons e voar
asas e vida
por dentro de nós
em brisa viva
assim mãos entrelaçadas
e sustidas
na vida e no mar
em dias difíceis
pairar
pairar
Entre frio ou fragor, por amor a seu tempo a calma;
Nossa nova e mesma Via, a antiga e eterna, seguida
Por ser tão simples… assim renascida:
Como se um recém-nascido em colo ajudasse assim a esclarecer
Origem incerta de porta aberta, nem se sabe nem se pode
saber:
Nem imposta nem proposta, vivida em vida e por vida
aprendida
Sentida desde o antigo e terno berço, de toda vida e do
Universo
Desde dentro apercebida, seu chamamento como eco entre o
tempo
Assim diferente, por vezes bem na tua frente, em dia a dia…
aparente,
segredada suavemente por dentro, nos sustendo embebendo
nisso que não definha
algo que é em teu e meu peito: nosso Ser em comum, pássaro que
ai, silente, aninha
Sendo como aparente estrela candente em pele Humana gravada,
Lapidada desde sempre, pelo mais fino deleite do Ser consagrada:
Em devoção assim chamada, Vida, louvor: por amor transformada;
pássaros de vida
devias
entrando de volta
na essência da vida
iluminados pelo sol maior
indo de volta
ao jardim interior
Transformada em Luz, em calor numa outra Vida:
Vida, assim vista, dentro de outra de forma fugaz
Através reflexo inverso, veraz
passando assim despercebida
mesmo ao ser mais perspicaz
Noutro ser sendo… assim reflectida…
Como que despertando
Gravada em outra Vida
Sendo assim… como que renascida…
Sua forma de raiz do Ser esquecida…
Em forma de gente investida…
Assim encontro – vez primeira – o que vira a vida inteira…
uma imagem diferente da dor ou ressentimento ausente…
Algo assim tão sublime, e que se repete…
quando a vida assim se descompromete…
dessa rotina vazia, da sua própria agonia
despertando a “noite” para um novo Dia:
preenchendo de sentido o tempo perdido
novo ânimo quando este parecia esvaído;
São como sinais maiores, desse “algo” por dentro nos fazendo
“melhores”;
Ficando em cada dia mais perto desse tal “algo” que nos
chama por dentro
assim, sem mais… aparecendo em reflexo quando menos se
espera…
num lampejo algo nos toca, e assim se vendo, nos torna como
iguais
por fora e por dentro ardendo
Como o fogo assim se acende:
Também assim se vendo
Brisa e vento ondulando
Navegar em Mar de Amar
Suave, lento, mostrando
Nosso comum despertar…
Encontrava-se assim a flor perdida
Num jardim por sempre esquecida
Entre a imagem inversa reflectida
Nesse dia ou noite
sem luar
No que brilhavam
as estrelas
Imagens tão belas
De se olhar
sem se olhar
Olhares de luz pura
Assim:
Tais que o tempo não muda
Se faziam assim ver
E reviver
E sentir
A assim acontecer…
Dessa maneira a rosa
que era flor altaneira
Ficou a com a Vida
em volta a palpitar
E entrou o Sol em nova Aurora
Em Dia ou Noite, que se ignora
E a Vida, ali voltou a vingar…
Aves do céu então festejaram
O que ali
em noites estranhas passaram
O reaparecer dessa sua Luz Maior:
A que se esconde, assim se guarda
em cada coração assim se aguarda
Esse nosso e seu renascer interior…
Fica assim imagem
em forma de verso
desenho
linguagem
em espelho
inverso…
Para quem assim não crer
No que se vier ainda a ver
Nesse “algo” que é e não…
Se nos mantém e suspende
No alto céu
se reacende
Nesse seu céu de amar
Em seu ser o ir e voltar,
Nesse céu vivo:
ase saber viver…
Em Mar de Amar
A se transcender;
Desde esse lado se ouve e nota
Assim… simples qual pura nota
Para quem note o que há que notar
Que essa força se não pode quebrar
Nem por poder se poderá querer
Nem por vontade assim a manter
Nem engenho seja seu sustento
ser que seja novo, adulto, velho
que humanidade possa inventar
entre as horas mais frias, fixas
como seriam assim as estrelas
Entre dias, vidas suas alegrias,
E as noites mais belas
Sem um orbe de Vida
Assim vivida de forma plena:
Por nós assim através de ti…
Assim também algo de mim…
se passar e a nos
trespassar
os testemunhos
das nossas vidas
a nos contar
a vida em si:
é para se dançar
ou se entrelaçar
Um mesmo eco:
em semelhança
sem que poder possa assim imperar;
nesse momento entre os momentos
em que mais não há
nem existe o ontem
nem ainda há hoje:
nem se vê amanhã;
Assim se fazem
os dias e noites
Assim renovados
Em nós gravados
Como astros
…mágicos…
Equilibrados
Harmonia entre os passos assim dançados;
Eis como se de uma vera valsa, que se alça
Se tratasse se não falasse
E por dentro nos tocasse:
Harmonia de Vida plena assim sustida
Uma vez dançada, uma dança secreta
Assim uma vez na vida e não revelada
Dança e espirala, agrega a esperança:
Que assim mais não acaba e dança!...
Entre a Rosa Donzela ainda criança
e o Nada que por entre nós avança:
Assim sendo renovada
Entre os pássaros Vida
Em devoção incontida
Eis Vida transformada
A Vida, homenageada
Feita Amor… a divagar
Nós assim a esvoaçar;
juntos
o ser interior
o ser de amar maior
o ser pequeno
que se encontra
num abraço gigante
o medo confronta
passando além da porta
entra no amplo Mar de Amar.. é ir
e se
INTEGRAR
A se transformar:
Na Noite e no Dia
Entre Dia e Noite:
Sem mais separar
E esse céu novo se Iluminando
Pleno de Vida: transformando
O Jardim, outrora fechado:
De vida e luz assim lavrado
Eis despertando
A vera semente
Rosa Dormente
Ao se lembrar
de ser A Rosa..
Certamente…
(…)
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